Aos Pés do Mestre
- Filomena Santos
- 16 de mai. de 2021
- 2 min de leitura
de Jiddu Krishnamurti
Se tivesse de escolher um único livro para ficar comigo para sempre... seria este.
Excertos do livro
AOS QUE BATEM
Do irreal conduz-me ao Real.
Das trevas conduz-me à Luz.
Da morte conduz-me à Imortalidade
Quatro são as qualidades necessárias para a Senda:
I – Discernimento.
II – Ausência de desejos (Desapego, abnegação).
III – Boa conduta.
IV – Amor.
Tentarei dizer-te o que sobre cada uma delas o Mestre me ensinou.
I – DISCERNIMENTO
A primeira dessas qualidades é o Discernimento, vulgarmente tomado no sentido daquela distinção entre o real e o irreal, que conduz o homem para a Senda. É isto; mas é muito mais ainda, e deve ser praticado, não somente no começo da Senda, porém a cada passo que nela diariamente se dá, até o fim. Entras para a Senda porque aprendeste que somente nela se podem encontrar as coisas dignas de aquisição. Os homens que não sabem, trabalham para adquirir a riqueza e o poder, porém estes bens são, quando muito, para uma vida somente e, portanto, irreais. Há coisas maiores do que essas – coisas reais e duradouras; quando as tiveres visto uma vez, não mais desejarás as outras.
(...) Tudo isto é simples; necessitas apenas compreender.
Há, porém, algumas pessoas que recusam-se a prosseguir em objectivos terrenos, somente no intuito de alcançar o céu, ou para atingir a libertação pessoal dos renascimentos. Não deves cair neste erro.
Se te esqueceste completamente de ti mesmo, não te podes preocupar com a época da libertação do teu Ego ou com a espécie de céu que lhe caberá. Lembra-te que todo desejo egoísta é um liame e, por muito elevado que seja o seu objectivo, enquanto dele te não desembaraçares, não estarás completamente livre para te devotares à obra do Mestre. Quando tiverem desaparecido todos os desejos pessoais, poderá ainda restar o de apreciares o resultado do teu trabalho.
Se auxiliares alguém, quererás ver até que ponto o tens ajudado; talvez mesmo queiras que ele o reconheça também e se te mostre grato. Isto, porém, é ainda o desejo e também uma falta de confiança.
Quando aplicares a tua energia em auxiliar alguém, há de advir daí um resultado, quer possas vê-lo quer não; se conheces a Lei, sabes que deve ser assim.
Precisas, pois, fazer o bem por amor ao bem, e não com a esperança da recompensa. Trabalha por amor ao trabalho e não para ver o resultado; deves entregar-te ao serviço do mundo porque o amas e não podes deixar de fazê-lo.
Não desejes os poderes psíquicos; eles virão quando o Mestre achar que melhor te será possuí-los. Forçá-los muito cedo traz consigo muitas perturbações; frequentemente o seu possuidor é desencaminhado por falazes espíritos da natureza, ou então se torna vaidoso e se julga isento de cair em erro; em todo o caso, o tempo e a força necessários para adquiri-los poderiam ser gastos em trabalhar para os outros.

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