Kannon Bosatsu
- Filomena Santos
- 16 de mai. de 2021
- 3 min de leitura

Kannon Bosatsu, mais conhecida no ocidente como Kuan Yin, como é chamada esta bodhisattva na China. Deidade da Compaixão e da Misericórdia, Kannon é uma das entidades mais cultuadas no oriente.
Convém antes de mais salientar um facto curioso: Kannon possui representações tanto masculinas como femininas. Nas tradições budistas da Índia, do Tibete e do Sudeste da Ásia, Kannon é retratada como sendo uma deidade do sexo masculino. Já na China e no Japão, as suas representações são femininas.
Embora não haja uma explicação conhecida para esse fato, o nome sânscrito de Kannon/Kuan Yin é Avalokitesvara, uma palavra masculina.
No Budismo Shingon, Kannon aparece nesses dois aspectos. O mais tradicional, no entanto, é o masculino, chamado de Kanzeon Bosatsu. Nesta forma, Kanzeon é retratado com o corpo envolto em chamas, vestindo o tradicional robe de bosatsu na cor vermelha, segurando uma flor de lótus com a mão esquerda na frente de seu corpo.
Ela é a Bosatsu da Compaixão, da Misericórdia e da Benevolência. Seu nome por vezes é traduzido como “Aquela que Vê e Ouve tudo”, simbolizando seu voto de ouvir as vozes das pessoas e conceder a salvação aos sofredores e aflitos, dissipando o mal e as calamidades que os acometem.
De acordo com o budismo chinês, Kuan Yin é a “Bodisatva” (ser iluminado) da compaixão. A estátua da deusa fica no templo Puji, na paradisíaca ilha de Putuoshan, na China. Seus visitantes acreditam que ela ouve todas nossas preces, e todos que se sintonizam com sua energia sentirão o quanto é dócil, gentil e, ao mesmo tempo, poderosa. Segundo seus devotos, basta mencionar seu nome para que o sofrimento e as dificuldades sejam atenuadas.
Representada em diversas formas, Kuan Yin pode ser vista acompanhada de um dragão, armada, numa flor de lótus ou em outras formas diversas. Aliás, não é coincidência ver que, nas pinturas de artistas tibetanos, linhagens de Budas e homens santos também aparecem flutuando sobre flores de lótus. Essa é uma forma de representar os tronos da espiritualidade suprema.
Na teologia Budista, Kuan Yin algumas vezes é reconhecida como capitã do “Barco da Salvação”, na qual conduz as almas ao “Paraíso Oeste de Amitabha”, local conhecido como “Terra pura” ou “Terra das bênçãos”. Lá as almas podem nascer novamente para continuar recebendo ensinamentos até alcançar a plenitude.
Kannon (Avalokitesvara, em sânscrito): Segundo sua origem, é a denominação de uma divindade tanto masculina quanto feminina que, ao observar todas as leis regentes do Universo, salva livremente os povos. Dessa forma, então, ao se dizer seu nome, vem imediatamente em socorro daquele que o pronunciou e, dependendo do pedido de auxílio que lhe foi solicitado, manifesta-se sob diferentes formas. Foi reverenciado desde os mais remotos tempos, especialmente no Oriente, e sempre se mostra pronto a responder, de imediato, às necessidades do ser humano, a qualquer tempo, em qualquer parte do mundo.
O nome Avalokiteśvara é composto das seguintes partes:
ava, prefixo verbal que significa “abaixo”;
lokita, particípio passado do verbo lok (“notar, observar, contemplar”), que aqui se usa no sentido ativo (uma irregularidade ocasional na gramática sânscrita); e
īśvara, “senhor”, “governador”, “soberano” ou “amo”. De acordo com as regras de sandhi, īśvara derivando em eśvara.
Ao combinar estes elementos nos resta: “o senhor que olha para baixo (o mundo)”. A palavra loka (“mundo”) não está presente no nome, mas se entende como implícita.
Encontra-se na iconografia budista imagens de Avalokiteshvara com mil braços e cabeças.
Transformações asiáticas femininas de Avalokiteshvara
No Tibete, Tara
Na China, Kuan Yin ou Guan Yin
No Japão, Kannon ou Kanzeon Bosatsu.
a minha gratidão a Reinaldo do Wabori Temple em Sao Paulo, pelo estudo acima. _/\_
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